
Queria conseguir dizer obrigado Agradecer pelo emprego, pela dívida paga, pela saúde capenga pela vacina gratuita pela dor de garganta. Agradecer por sentir culpa Pelo perdão que abraça Mas a palavra não sai O coração bombeou O tal substantivo até o cérebro Deu um nó na garganta Formigou os dedos Esquentou o peito Por isso, cantei o hino Que alguém escreveu, Nem assim saiu o "obrigado" Nem na lágrima de alívio Nem na voz embargada Aí eu desisti e silenciei você sorriu e disse: “De nada."